terça-feira, 31 de março de 2009

Playboy Portugal.



Arranca a Revista Playboy.

Grandes reportagens, bons colunistas, míticas entrevistas...
...para já, em Portugal, começou modesta: Mónica Sofia na capa e entrevista ao futebolista Costinha.

Valeu a reportagem sobre a plataforma giratória de droga em que se transformou a Guiné-Bissau...
Espero mais.

De qualquer forma e para já:
seja bem-vinda a Portugal... e a minha casa.

Nota: pessoalmente, destaco a página 121.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Uma Impossibilidade?

A Diversidade Plena na Sociedade Contemporânea.

Normas, Dilemas, Preconceitos e Estereotipias.



A civilização é uma flor rara e efémera, na História da Humanidade,
como a actividade voluntária do indivíduo.
Vierkandt, 1896



Quando falamos de normas e dilemas estamos, também, a raciocinar através de preconceitos e estereotipias.
Estes dois últimos conceitos, e a sua desconstrução, poderão facilitar, decisivamente, a compreensão das normas e, igualmente, fazer diminuir as dificuldades criadas por alguns dilemas, mormente, por dilemas que possam constituir tentações morais.
Tomemos estas premissas como verosímeis.
Serão tidas como ponto de partidapara esta reflexão.

Antes de mergulharmos sobre a questão que dá nome a este documento, convém destrinçar os conceitos constantes no subtítulo.
Sabemos que as normas são fundamentais como base para uma melhor convivência em sociedade.
São a base reguladora de acções e comportamentos, é, portanto, indissociável de uma ordem de valores que orientam condutas individuais e colectivas.
Trata-se de uma base descritiva do funcionamento da sociedade e, nesse sentido, permitem explicar que acções podem ser tidas como adequadas ou incorrectas.
A consciência da sua significação permite a interiorização da sanção.
Esta premissa torna-se indispensável à existência da própria norma. Admitimos, anteriormente, que as normas eram fundamentais.
São-no, principalmente, por uma questão de eficiência social: quando o estabelecimento de uma norma traz um ganho a um membro e é socialmente eficiente.
Existem normas jurídicas mas também normas morais e de costume – ou seja, normas aplicadas, também, na vida particular de cada um.

Não é líquido que a consciencialização das normas levar-nos-á à sua compreensão – permite, sim, a interiorização da sanção.
Urge, portanto, compreender a norma.
Será através dessa compreensão que a maioria poderá, de forma preponderante, auxiliar quem diverge – menos os que divergem por decisão própria. Este entendimento facilitará a integração de quem não conhece, de quem é diferente e, fundamentalmente, de quem é excluído.
Este entendimento das normas irá permitir uma explicitação positiva da mesma a quem está incapacitado de aceitar a diferença, de ser autónomo, de viver sob regras comuns ou até de ter esperança.
A questão das normas leva-nos, naturalmente, a conceitos como o preconceito e a estereotipia.
Se a consciencialização da norma e o seu posterior entendimento poderá ser um factor positivo e catalisador de integração, não menos importante será o combate ao preconceito e à estereotipia como último estádio estruturante do conhecimento e categoria referencial de análise.
Serão infinitos os exemplos: racismo, homofobia, sexismo, etnocentrismo, xenofobia – foi como uma resposta directa aos diversos tipos de preconceito que surgiu em 1948 a Declaração Universal dos Direitos do Homem.
A Declaração é a tentativa de uma integração estruturada em normativos básicos, simples e imprescindíveis para todos os homens.
Combate estereotipias e preconceitos e estabelece uma norma universal.

Posto isto, estamos em condições de reflectir, de uma forma mais alargada e consistente, sobre a questão dos dilemas.
É inequívoca a existência estável de dilemas durante a vida – quer dilemas morais, quer tentações morais. Esta situação exige uma constante resolução de conflitos.
Aqui, voltamos à norma.
Sem a consciência e interiorização da norma, o solucionamento de dilemas tende a ser mais dificultado.
A sociedade contemporânea começa a denotar uma quebra de valores estruturantes, uma “cola” essencial que mantém a sociedade unida como uma espécie de código ético, nem inventado, nem imposto mas descoberto.
Ao solucionar cada dilema teremos de reconhecer a questão moral.
No actual mundo contemporâneo, onde emerge uma “moralidade do relativismo” – uma espécie de nova moralidade – onde a desigualdade de repartição de bens e de oportunidades reina, onde a falta de comunicação e marginalidade são cada vez mais crescentes, fará cada vez mais sentido reflectir acerca das normas e resolução de dilemas.
Estes estão crescentemente postos em causa. Neste ponto, voltamos ao título deste documento: A Diversidade Plena na Sociedade Contemporânea. Uma impossibilidade?
Num tempo em que os atropelos éticos prosperam, a moralidade é banalizada e o relativismo aumenta, como poderão ser devidamente solucionados dilemas ou compreendidas normas no sentido do bem comum?

A ideia da diversidade numa sociedade próspera depende directamente de valores que estão em decadência – e isto é uma pista do caminho a seguir.

A norma para o bem comum é cada vez mais posta em causa – não temos tempo para a diversidade, senão para o próprio umbigo.